segunda-feira, 24 de outubro de 2011

SUICÍDA


Decisão ele tomou
E ponto final afirmou
Um menino-homem sem idade
Sem nome
Com certa legalidade
Morrer para ele é a vida
Que ele tanto sonhou
Mas que não vai ter
Pois se morrer é morrer
Nada ele vai ter
Rindo sempre ele ficava
Dos devaneios meus
Mas o que eu digo já não importa
Pra o menino que já cresceu
E já sabe o que quer para si
É  uma grande decisão morrer
Tem de ter coragem
Em alguém deixará saudades
Mas de qualquer forma deixaria
Até mesmo vivendo
Pois tão gentil ele é
E que até ao fim do dia 29 de outubro já se foi

domingo, 23 de outubro de 2011

80


Ter 80 é sofrer o impacto dos prédios
É ficar extasiado ao conhecer a internet
É recordar de quando namorava no portão
É  lembrar das carteiras com lugar para o material
É poder ter visto a televisão aparecer
É poder ter visto a febre do celular
E a do computador
É poder ter respirado um ar mais puro
Uma água com menos cloro
Ter visto a ditadura
Ter visto Hitler nos jornais
Ter conhecido vários presidentes
É ter visto Charlie Chaplin no cinema
E ter visto o Woodstok acontecer
Ter visto os Beatles na parada de sucesso
E Caetano exilado
Só não viram o Lula sem bigode
É ter visto na TV Gilberto Gil cantar sobre o ano 2000
É ter vivido mais finais do mundo
Assistido futebol quando se usavam shortinhos ainda
É ter 80 anos é ter visto muita coisa acontecer fora dos livros 

Tudo bem?


Sim, está tudo bem
Bem e infeliz
Bem porque nada acontece
Nem raiva, dor ou paixão
Só um frio intenso sem calor
Bem porque está cinza
E nem tudo está tão bem assim
Bem por que as flores ainda não caíram
Deixando o chão mais colorido
Bem porque ninguém morreu
Deixando saudade
Bem porque os minutos passaram
Rápido demais
Bem porque o bem é só o bem
Não é meu, nem seu, nem nosso
É o bem do está tudo bem
Não é você o meu bem
É só o bem
Aquele bem que todo mundo conhece
E desconhece
Aquele bem  do normal
Aquele bem sem astral

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

RAÇA

sapiens sapiens
raça humana
negro
caucasiano
índio
é o Brasil
é o mundo
florestas petrificadas
é a raça humana

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Humilhado

superando os limites da mansidão humana
ultrapassando o sistema de paciência social
sem frieza
segurando o choro
roendo pelas beiradas
sempre vitoria

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

La nostra verità

sarracenos arrastam-se pelo deserto
em busca de água
em busca da justiça
em busca do perdão
se estiram procurando por uma verdade
que desconhecem
nas montanhas douradas
de areia, sal e sol
encontraram a água preta
mas permanecem sedentos

Poderosos

 Tudo é festa
No país do duende
Tudo é dinheiro
No país do duende
Que fica lá na ponta do arco-íris
No meio daquelas asas
Depois de todo cerrado
Seco
Lá existem águas e grama verde
Lagos  feitos pela mão humana
Repletos de peixes frescos
Lá todos os duendes
Parecem pinguins
Alguns desses duendes
São vermelhos
As vezes estão de preto
Mas sempre há de existir um pontinho vermelho
No país dos duendes
A fome não chega
A miséria e nem a seca
Por mais próximo que ele esteja
Os duendes são felizes
Eles levam tudo numa boa
Tem poder para realizar todos os desejos
Mas apenas de outros grandes magos do ouro
Eles não ao capazes de realizar os desejos
Dos humanos
Pois só no mundo da fantasia é que eles vivem
E cada vez mais humanos entregam ouro aos duendes
E cada vez mais os duendes bolam uma nova engenharia para ganhar mais notas verdes
Esses duendes são tão parecido com os gnomos
Eles sabem mesmo como ganhar dinheiro
A diferença é que os gnomos projetam melhor
Mas esses duendes são demais!

Solidão

Não há algo pior que a solidão
Ela vem invadindo a alma
E toda a sua existência
Fica tudo sem sentindo
Ela vem linda
Quieta
Como duas mãos macias e aveludadas
Acariciam a sua cabeça
Deslizão pelo rosto
E tampam seus olhos
E apertam até perfuralos
E nada mais
Nada mais mesmo
O faz enxergar outra vez
Essa tal felicidade
Ela é cruel
Impiedosa
Não sabemos se somos felizes
Nem sabemos se somos infelizes
Vazios nós ficamos
Com um grande espaço no peito
Esperando ser preenchido
E que nunca é preenchido
Por medo  do amor

Recado

2000 noites sem o retorno
De quem já se foi
Então o entendimento
Dos vermelhos do banheiro
Foram a tona
Mais antigo
Mais velho
Maturidade
Mas com o mesmo retrato na mente

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tempo

de dia e de noite
de tarde e ao alvorecer
não existia antes
de todo homem entender
os tics tacs
 folhas, flores, chuvas e neve
todas com o mesmo sol
mas sem o mesmo calor
o que passou a uma década
o que já foi em um segundo
o pretérito de quem não sabia
o futuro de quem adivinhou
o presente que já se passou
o presente da data que ganhou
redondos e quadrados
digitais e de ponteiro
solares analógicos
despertam
demonstram
coisa que o homem fez?
coisa que o homem descobriu?
eu não sei
nós só vivemos a cada dia intensamente
desperdiçando ao pensar no próximo segundo

Moisés

andando pela estrada
seca de petróleo
navios atracando
no mar vermelho
baleias nas paredes
burros no meio
sem sede
sem fome
já há de chegar
o trono
daqueles que foram desfavorecidos
pisados pelo poder.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

TRST

O triste
Não se exulta
Nem se exalta
Cabisbaixo ele caminha
Sem procurar alegria
Ele só pensa
Ele reflete
Nos males de sua vida
Nos males do mundo
O triste
Se humilha
Se recolhe
Se concorda
É sozinho
E calado
O triste
Pensa e chora
Na calada da noite
E não sorri nos lugares públicos
O triste tem um brilho no olhar
E um nó na garganta
Que tenta segurar
Pelo pequeno orgulho que ain
da o resta. 

Fome

cada um com seu mal
nessa veia canibal
não há o que ou quem julgar
só recolher
os pedaços de carne pelo chão

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Olho mágico

HARAS HERAS HIRAS
ZORAS ZURAS
DING DING TAC TAC
HARES HARIS ZARIS
HORAS HERAS
HORUS

4D

Eu sinto
Eu cheiro
Eu toco
Eu ouço
Mas eu não vejo
Eu desejo que suma
Mas eu preciso
Medo 

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Urina

Um aperto no fígado
uma dor na garganta
e o gosto amargo daquele canto
prendeu se
um aperto na bexiga
e o corpo dormente
a mente gritando
e corpo imóvel
a alma agitando
e o corpo dormente

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Certeza absoluta

no mais alto da torre mais alta
eu me escondi
meus cabelos eram como os de sua esposa
os  homens  vieram me matar
mas eu perfurei todos eles antes
com a grande de bronze
matei ate ter certeza de que estavam mortos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cheque-mate?

deitada, abri os olhos
e a criatura estava de frente a mim
dizia: - filho de Y, você não estragará meus planos
dizia:- eu não te amo
dizia:- eu vou acabar com você
dizia:- e com todos que lhe cercam
dizia: venha para mim ou nada feito
e foi embora.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A observadora

levantei e subi as escadas
andei até outra cidade
entrei naquela casa
ela estava na cozinha
ele estava no quarto dormindo
ela ouviu um barulho
e foi ao quarto
eu atrás da porta
ele estava suspenso
por uma grande criatura
linda de cor acizentada
o terço se partiu
e a criatura sorria
ela leu
e a criatura soltou-o
e saiu pela janela
eu andei
desci as escadas
e durmi.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Claustrofobia

Praia, pessoas
Eu e papai
Eu deixei minhas coisas na areia
Carteira e chaves
E fui andar
Entardeceu
E veio a grande onda
Comendo a areia
Que ficava no ângulo de 90 graus
Nos segurávamos com as unhas pendurados
Na metade da terra
E cadê minha coisas?

Lindo dia

Na praça da cidade
Piqueniqueávamos
De lá do céu
Desceu uma grande
Branca
Pousou no chafariz desativado
As larvas desceram
E eu tinha 5 anos e dirigia o carro
O Center demolia
As pessoas corriam
Parecia Hollywood
Cheguei ao jardim de infância

Manhã de ante ontem

Ele estava lá
Dentro da carruagem elétrica
E de repente se transformou em dois
Um era possesso
O outro normal
Qual era o real?
Ele desceu
E no ponto
Olhei para trás
E de repente era ela
Gargalhando para mim
Pobre irmão.

Essa noite

Ela estava grávida e eu disse:
- se for me abandonar que vá logo
E de repente tudo se transformou
Todos  tinham desaparecido
E só ficou o amigo
Na sala da informática
E dizia:
- há uma sombra pelo corredor
E aqui nos arquivos todos os egoístas sumiram
A sombra estava consumindo
E de repente a sombra o consumia
Ele soltava a respiração
E ela o soltava
O seguiu ate La fora e voltou
Era uma mulher gigante
Ficou de frente a mim
Eu fugi, ma ela havia trancado a porta
Ela me abraçou
Eu peguei a chave
E abri a porta
Corri
Ela me abraçava
Eu orava
Ela soltava
Ela abraçava
Eu oro
Ela solta
Outra de mim dizia
Aquela pessoa esta com um furo
Vai ser consumida
E eu dizia ore
E  a mulher continuava a me abraçar
Chegamos a uma praça
Eu me afastei
E rezei
Ela repetiu minha reza
E disse
Isso é satanás
Sua reza é satanás
E as pessoas foram libertadas.